sábado, 24 de setembro de 2011

A quem e em quê?

Nesta tormenta financeira que nos envolveu e que tantas arrelias nos vem trazendo, há duas perguntas que parecem legítimas sobre as dívidas que nos são reveladas em catadupa todos os dias. Gastaram 500 toneladas de ouro da pesada herança salazarista das 800 que ele deixou aferrolhadas. Da Europa, em ajudas, caíram para aí qualquer coisa como 200.000 milhões de euros. A dívida pública parece que anda também a rondar os mesmos 200.000 milhões. Desculpar-me-ão os leitores se não dou números mais precisos mas acho que ninguém sabe a quantas andam, ou sabem e não querem dizer. Estamos pois a falar duma coisa parecida com meio bilião de euros, número que dá vertigens só de pensar. Dinheiro que juntamente com os milhares de milhões dos impostos entrou nos cofres do estado e que, aparentemente, saiu deles. A primeira pergunta que parece legítima é saber a quem é que se deve tanto dinheiro? Quem é o felizardo a quem teremos de pagar essas dívidas? Depois, e é a segunda pergunta, em que é que foi gasto tanto dinheiro? É que é muita pasta! Somadas as auto estradas, as escolas, hospitais e respectiva manutenção, bairros sociais e subsídios de toda a sorte, parece-me que não chegamos a tanta massa. Mesmo juntando os mistérios que para aí andam como almas penadas, ou sejam, os bancos fantasmas e outras “legalidades” tais como ordenados milionários (refiro-me a milhões e não aos miseráveis centenas de milhares de “€”), continua a ser muita massa. Outro fantasma monetário é o chamado offshore que ainda ninguém explicou com clareza do que se trata. Seja lá como for, há aí muita marosca inexplicada de que nenhum responsável do governo central pode ser absolvido, a não ser como ensinava Jorge Amado na D. Flor, no colectivo ninguém tem culpa…Duma maneira ou doutra, será que Jardim não teve razão? Haja moralidade ou comem todos…
Carlos Melo Bento
2011-09-20

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