terça-feira, 1 de junho de 2010

Trovoada

A luta política que se desenvolve no continente da República a propósito das eleições para a presidência ou da crise, do desemprego e da reforma fiscal ou sobre os ataques ao primeiro ministro, parecem trovoada no horizonte mas, infelizmente, vai-nos cair em cima. Por mais que a nossa vida tenha sido bem governada, o Dr. Sérgio Ávila tenha vigiado com zelo e cuidado os nossos dinheiros que tenhamos cumprido razoavelmente as obrigações fiscais e que sejamos alheios ao disse que disse ou não disse sobre o Eng. Sócrates (hão-de me dizer qual foi o PM português que não serviu de bode expiatório dos desmandos nacionais), vamos levar pancada da grossa. Se estivermos unidos teremos algumas hipóteses de passar incólumes (vejam o exemplo de Passos Coelho), caso contrário iremos passar as do Algarve. Literalmente. O desprezo pela nossa própria existência vindo do alto, com as consequências que teve, impõe uma resposta digna. Quem nos tratou sempre tão mal não deve poder contar connosco. Direi como Cunhal disse em relação a Mário Soares, tapem-lhe a cara e votem nele, não deixem é o inimigo ganhar. Porque, não tenhamos dúvidas, caso se mantenha o actual Presidente da República, e qualquer que seja a cor do governo açoriano, ele vai tirar-nos o tapete, depois de colocar em S. Bento quem entender. Uma Ferreira Leite qualquer. Pessoa séria, não duvido, mas sem sensibilidade para os nossos problemas e pronta a tirar-nos as almofadas que se têm criado para amortecer a crua insularidade, nosso destino fatal. Objectivamente, há esse risco e não pensem que bajular pode desviá-los das suas convicções. Para eles somos tão culpados do deficit como qualquer esbanjador centralista. Vivemos acima das nossas possibilidades durante muitos anos e é justo que paguemos a factura à Europa. A mais ninguém.
Carlos Melo Bento
2010-06-01

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