terça-feira, 8 de junho de 2010

O Ciclone dos Açores

Não consigo rever-me nesta selecção que vai defender as Quinas em África. Da última vez se me não engano (ou penúltima, já não sei) tínhamos lá o nosso Pauleta e vibrei tanto que me emocionei com o Ciclone dos Açores como lhe chamou alguém certamente inspirado. Dava arrepios quando ele marcava aqueles golos todos e abria os braços em asa de Açor vitorioso, volteando sobre a presa conquistada. Lembro-me como se fosse hoje dos três golos na Coreia que empolgaram o país em todo o mundo. Acabado o jogo, peguei no meu amigo Edmundo e lá fomos para S. Roque dar um abraço ao pai, ele também um grande jogador do Micaelense Futebol Clube, campeão no tempo a que presidi à direcção. Saudei o pai do ídolo com emoção e ele, envolvido naquela euforia geral, ligou para o filho para a Coreia. É bem de ver que, Pauleta, apesar de ter marcado os três golos, tinha falhado um que quase entrou. Pois sabem os amigos leitores o que é que aquele pai orgulhoso e eufórico disse ao filho no auge da sua glória, que praticamente todo o planeta aplaudia? Pois foi apenas isto: - Aquilo era bola que se falhasse?! Peguei no telefone e transmiti-lhe o orgulho que sentíamos por ele ter conduzido a selecção à vitória e desejei-lhe os maiores êxitos. Os especialistas do futebol (que são a maioria da nossa população activa) que consultei nunca conseguiram dar-me uma explicação satisfatória da razão pela qual o nosso herói desportivo nunca jogou num grande clube português. Sabendo o que sei, julgo conhecer a resposta que aliás para o caso importa pouco. De qualquer dos modos tenho pena que na actual selecção não esteja um açoriano pelo menos que foi um deles que marcou na Taça de Portugal o único golo lusitano. E por isso esta selecção não me empolga. Mas oxalá ganhe. Precisávamos duma vitória que nos tirasse do sufoco actual.
Carlos Melo Bento
2010-06-08

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