terça-feira, 9 de setembro de 2008

O tempo


O PSD pela voz de José Cabral Bolieiro assumiu uma posição que dignifica os sociais democratas açorianos, relativamente à questão que Cavaco Silva levantou sobre o Estatuto, opondo-se às “opiniões” do antigo presidente do seu partido e defendendo com coragem o voto proferido unanimemente na Assembleia Legislativa. Não é, porém, líquido que essa postura chegue a tempo de influenciar o eleitor nas próximas eleições já que, na política, “o tempo é mais importante do que em gramática”. Por outro lado, Berta Cabral emprestou o nome à lista de deputados por S. Miguel, facto que só pode ser interpretado como simbólico pois a autarca proclamou diversas vezes que tem um compromisso com a cidade que governa com superior competência. É, no entanto, óbvio que, havendo uma crise constitucional ou autonómica, a sua presença na Assembleia (a título excepcional e transitório que fosse) daria segura garantia de estarmos ali representados ao mais alto nível de saber e de inteligência quando e se isso for preciso. Por outro lado, Mota Amaral surpreendeu assumindo uma posição de colagem ao Presidente da República, facto que pode significar divórcio entre as cúpulas laranja açorianas ou o fim dum ciclo. De qualquer modo, é um equívoco que tem de ser esclarecido, pois uma fractura no maior partido de oposição não pode deixar ninguém indiferente. O tempo de eleições tem esta vantagem, leva as pessoas ao limite do campo de manobra e permite clarificar situações ambíguas. Assim o perceba o eleitor atento.
Carlos Melo Bento
2008-09-09

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