domingo, 4 de maio de 2008

União verdadeira


Espanta e é de louvar a actividade da SATA na sua expansão por esse mundo fora, cumprindo a velha tradição micaelense de comunicar com todo o mundo que possa ser comerciável connosco. Inglaterra, França, Canárias e sei lá que mais passam a estar ligados aos Açores e praza a Deus que sejam mais os que vêm do que os que vão, pois de turistas se vem alimentando com notável sucesso uma indústria que durante tantos anos engatinhou sem nunca se erguer como agora. Mas parece ser razoável que os lucros que eventualmente emirjam dessas novas rotas possam ser transformados, não em investimentos colaterais para a obtenção de mais lucros materiais mas num sentido que se torna óbvio ser uma carência desta e das anteriores governações. Mota Amaral (e agora César) demonstraram à evidência que os açorianos são governáveis por um governo central contra as profecias agoirentas que nos diziam divididos para sempre. União política açoriana é um facto incontornável. Mas e a união geográfica? É mais fácil ir a Lisboa do que ir a outra ilha. Não será imperativo que as viagens inter ilhas se processem a preços de unidade açoriana e não a custos reais? E não deverão os lucros internacionais da SATA ser obrigatoriamente vinculados a esta nossa necessária unidade material e geográfica? Mais ligações inter ilhas para açorianos e (muito) mais baratas, eis o desafio desta geração que temos de vencer custe o que custar. Não aconteça perder-se como o banco que foi nosso e foi-se e só depois de ir é que deu lucros.
Carlos Melo Bento
2008-04-29

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